quinta-feira, 18 de setembro de 2008

EISENBAHN, A AUTÊNTICA CERVEJA DE BLUMENAU.

Alguém já ouviu falar na Eisenbahn? Não, não se trata de mais uma BOA cerveja alemã, como a Erdinger, mas de uma cerveja nacional e produzida na mais alemã das cidades brasileiras: Blumenau, em Santa Catarina.

Na verdade, a Eisenbah é uma cerveja artesanal, que foge totalmente dos padrões das cervejas nacionais, inclusive é a ÚNICA cerveja no mundo, que ainda se utiliza dos métodos da Alemanha do século XIX. Por isto, posso afirmar sem sombra de dúvidas que não se trata de uma cerveja para se beber apenas por beber, mas para se apreciar cada gole, como se fosse um vinho.

Numa simples visita à fábrica e ao bar, em Blumenau, há uma degustação dos diversos sabores de cerveja que o cliente pode escolher: a clássica Pilsen (de origem tcheca), a Pale Ale (tem um sabor amargo/picante e de origem belga), a Weizenbier (cerveja de trigo, de origem alemã), a Weizenbock e Natural (ambas de origem brasileira, sendo a segunda a primeira cerveja brasileira orgânica), a Dunkel (de origem alemã e com um gosto leve de café) e a Kölsch (originária da cidade de Colônia, na Alemanha). Claro, há vários outros “sabores” de Eisenbahn, mas o carro-chefe seriam estas.

Atualmente, a Eisenbahn, muito premiada mundo a fora, possui dezessete tipos de cervejas, inclusive um licor de cerveja, que é decorrente da Eisenbahn Dunkel, anteriormente citada. Na fábrica, se pode observar a paixão pela produção no passeio pela fábrica, que fica ao lado do bar da cervejaria, inclusive é possível retirar “direto da fonte” a cerveja recém-criada.

A estação Eisenbahn, aonde fica o bar, é bem no estilo daquelas micro-cervejarias que em filmes é possível se encontrar, com uma divisão numa parede de vidro do ambiente da fábrica e do bar, aonde todos podem observar/acompanhar o processo de fabricação. Inclusive, dá para se criar uma idéia momentânea de se estar na Alemanha, afinal há vários petiscos típicos da culinária alemã.

Recentemente, esta micro-cervejaria de ótima qualidade, se uniu à outras muito boas como a Baden-Baden, de Campos do Jordão e a carioca Devassa, ambas fazem parte do Grupo Schincariol, que também comprou a Eisenbahn.

Então, para você que é amante de coisas novas e raras, quando estiver por Santa Catarina, não perca a oportunidade de conhecer toda a cultura alemã da cidade de Blumenau e aproveitar pra relaxar e ficar por dentro do processo de fabricação de uma cerveja tipicamente alemã, mas com alma brasileira. Mas... beba com moderação, caso contrário não valerá a pena!

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

COMO SER FELIZ NUM MUNDO COMPETITIVO?

Quem somos nós? Para aonde vamos? Diversas perguntas que cessam ao encararmos o fato de que a personalidade de cada indivíduo está intimamente ligado àquela cultura ou, se preferir, sociedade que ele encontra-se inserido. Tudo bem, não se pode esquecer de toda a vivência no plano terrestre, o que chamamos de experiência de vida. Vivemos num mundo em que o melhor vence ou tem sempre as atenções voltadas, daí surgindo famosos inimigos da felicidade humana: a pressão e insegurança.
Pois é... viver no capitalismo não é fácil, pois quase sempre a gente nunca consegue se satisfazer por completo, sempre falta algo. Seja desde o desejo ao consumo cada vez maior. Sabem aquela tese? "Ser bom não basta... tem que ter um diferencial..." pois é! Devemos acima de tudo estarmos em paz e satisfeitos com nós mesmos, entretanto sempre parece existir uma imperfeição ou algo a ser corrigido.
Disputas são talvez a melhor maneira para se ilustrar isto. É incrível como ninguém de forma geral se contenta com o quase. A luta, a garra e a vontade de vencer de nada adiantam, quando as glórias da vitória não chegam. Então, o espírito guerreiro acaba cedendo lugar às lamentações e tristeza. Na verdade, nem sempre conseguimos tudo que queremos, e nem por isto somos mais ou menos. Nestes casos, cabe a cada um se aprimorar e confiar no próprio potencial.
Na verdade, em um mundo tão competitivo, as pessoas acabam reduzidas a alguns estigmas, uma forma de reduzir a personalidade de cada um e apenas associar seja a algo que gostem, vistam ou crêem, ou por algumas atitudes em alguns momentos da vida. E isto de certo modo é compreensível porque o indivíduo, ao abraçar causas, ou se apegar em algumas coisas, acaba encontrando uma forma de firmar a sua própria identidade e criando uma falsa idéia de felicidade, mesmo que momentânea.
A verdade é que num mundo cheio de problemas, competitivo e cheio de confusões, as pessoas acreditam muitas vezes ser mais cômodo não criar uma expectativa de algo, se fazer de vítima da situação ou evitar a felicidade extrema, com medo de sentir o oposto logo depois.

Ora, quando nos contentamos com algo medíocre, automaticamente perdemos a motivação, bem como o que só valoriza o que está acima nunca se tornará satisfeito. Um exemplo é um jovem quando ganha algo que esperava e ficar muito feliz, mas se esperava ganhar uma coisa diferente, ter uma reação de tristeza. O contexto é essencial para tudo, inclusive para a felicidade, bem como a forma que o jovem em questão se acostumou a ver as coisas.
No decorrer de nossas vidas, acabamos agindo de forma ridícula em alguns momentos. Temos algo maravilhoso e nunca damos valor, a não ser no momento que percebemos que aquilo ou aquela pessoa irá sumir. Isto acontece para coisas e pessoas, quando o sentimento de culpa aparece quando uma estranha sensação de não ter dado a devida importância àquilo. O certo é que ninguém deve se prender apenas a algo em específico, limitando-se a reviver de forma constante. Ilustrando melhor, há casais que brigam e se separam, ficando apenas com aquelas recordações dos problemas ou dos motivos que deram razão ao rompimento amoroso. Volto a uma questão... Por que não ser feliz e lembrar dos bons momentos? Relacionamentos são resumidos episódios curtos e isolados, muitas vezes sem valor algum!

De fato, não temos como controlar o que deve ser ou não esquecido, a dificuldade se dá na escolha que queremos manter viva na memória. Quando tentamos enxergar o lado positivo das situações, sejam atuais ou passadas, buscamos indiretamente a felicidade. Agora, apenas conseguir visualizar motivos que ensejem aborrecimentos e tristeza, nunca alguém conseguirá sorrir. O importante é ter a certeza que a felicidade é a meta de todos e ter a certeza de atribuir a um determinado fato, seja ele isolado ou não, a sua devida relevância, é fator determinante para a paz de espírito de cada um.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

RESPONSABILIDADE CIVIL DO TRANSPORTADOR AÉREO

Sempre defendi a tese que o Direito é uma área onde constantemente alguém vai ter uma opinião sobre um determinado tema, gerando entre confusões, novas teses e debates interessantes. A responsabilidade civil do transportador aéreo vem sendo bastante discutida, especialmente devido aos últimos acontecimentos na aviação comercial brasileira e mundial.

A crise no setor, devido ao elevado preço do barril de petróleo, tem feito empresas no mundo todo reduzir custos operacionais, bem como cortando rotas não-lucrativas e aviões mais antigos da frota, na tentativa de não fechar as portas. O problema reside justamente nesta eterna busca pelo menor gasto, que pode sair mais caro depois. Um exemplo é o vôo da Tam, em Congonhas no ano passado e o da Spanair, este ano em Madrid, aviões que decolaram ou tentaram com problemas, e o pior é que o passageiro lá dentro, nem imagina.

O Brasil é signatário da Convenção de Varsóvia, onde o Código Brasileiro de Aeronáutica de 1986 (CBA) segue os ditames deste tratado internacional. Noutra senda, há o Código de Defesa do Consumidor (CDC), de 1990 que rege todas as relações de consumo no país. Razão pela qual chamo atenção ao início da discussão: todos querem opinar quando há uma matéria de Direito. Ainda bem que há os Tribunais Federais, para acabar com esta bagunça, então o Superior Tribunal de Justiça (STJ), pacificou em suas jurisprudências que a empresa aérea (seja de carga ou passageiros) é um fornecedor de serviços, desta forma, devendo se aplicar o CDC.

Daí surge um novo questionamento: Por que aplicar o Código de Defesa do Consumidor, que é uma norma geral para toda forma de relação de consumo, se há um Código Brasileiro de Aeronáutica regendo em específico às normas da aviação brasileira? Simples, recorrendo à lei de introdução ao nosso Código Civil, fica claro que o CDC, de 1990, uma vez caracterizada a relação de consumo entre a empresa aérea e o cliente, revoga automaticamente os Decretos referentes ao Código de Varsóvia, bem como o CBA, por serem normas anteriores à vigência do CDC. Então, da próxima vez que alguém ousar alegar que não há uma relação de consumo ou aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor para a reparação de eventuais danos, tais quais desastres, overbooking, extravio de bagagens, atrasos em vôos, fique tranqüilo, o STJ já consolidou este entendimento da responsabilidade do transportador aéreo.

Por fim, uma ironia acontece ao julgador. Ao aplicar o Código de Defesa do Consumidor, para punir a empresa que não prestou o serviço de forma eficaz, segura e correta, havendo alguma forma de vício em sua atividade, o quantum indenizatório é baseado pela convenção varsoviana, que seria uma responsabilidade limitada, pelo simples fato de o transportador aéreo conviver com vários riscos (próprios da atividade), bem como a compra de aeronaves e manutenção, que geralmente são altíssimos, geralmente em dólares (imaginem quando o câmbio não era favorável), onde altos valores indenizatórios poderiam levar à falência imediata do empresário, comprometendo inclusive a integração nacional, de um país continental como o Brasil e afetando ainda a concorrência.

Talvez o capitalismo selvagem, aliado à vontade de lucrar sem limites, tenha feito o empresário esquecer a importância da atividade para uma nação, bem como o que está sendo transportado, que são vidas, onde apenas a segurança é o importante. Alguns anos atrás, a China era um país recordista em acidentes e incidentes aéreos, razão pela qual o governo local fez normas mais rígidas e algumas empresas que não faziam a devida manutenção ou colocavam no ar aviões com algum problema, levavam uma multa altíssima, bem como tinha o direito de comprar novas aeronaves caçado. O reflexo é percebido hoje, como um dos países mais seguros para se voar. Talvez uma nova Convenção Internacional, mais rígida, fosse a solução para uma maior segurança em tempos de crise.