terça-feira, 16 de abril de 2013

"Petrolina, Juazeiro... Juazeiro, Petrolina... todas duas eu acho uma coisa linda..."


Desembarque em Petrolina
Pernambuco é um dos estados brasileiros marcados pela diversidade cultural, seja na praia, no campo ou no semi-árido. Depois de conhecermos a o fantástico arquipélago de Fernando de Noronha, que tal ir rumo ao interior, para Petrolina? Junto com a cidade de Juazeiro, na Bahia, formam a maior concentração urbana da região do semi-árido no Nordeste do Brasil. Como se não bastasse, a cidade é a segunda maior de Pernambuco e possui o maior PIB (produto interno bruto) entre as cidades do interior do estado. A exemplo do que acontece no Chile, Petrolina tem um clima muito seco, apesar do exemplar sistema de irrigação, que é ideal para o cultivo de cepas, não sendo por acaso o título de 2º maior centro vinícola do Brasil, perdendo apenas para o Vale dos Vinhedos no Rio Grande do Sul. As diferentes técnicas de fertilidade do solo castigado pelo forte sol, além da forma de irrigação inspirada na Califórnia americana, faz de Petrolina um dos principais centros de exportação de frutas tropicais (melancia, uva, melão, entre outras) brasileiras para todo o mundo. 

Barricas da vinícola Ouro Verde
A região do Vale do São Francisco ainda está engatinhando no turismo, mas já é bastante forte o Entourismo, que é aquele para se conhecer vinícolas e a cultura do vinho. Particularmente, não resisto a uma boa degustação, motivo pelo qual fiquei bastante entusiasmado ao conhecer mais um município pernambucano. Na chegada em Petrolina, um veículo já aguardava para o início do passeio que iria ser na cidade vizinha, em  em Casa Nova, na Bahia. Lá se encontra uma das filiais da Miolo do Rio Grande do Sul, a vinícola Ouro Verde, que é uma das mais visitadas. Foi possível observar um espaço de cerca de 200 hectares de vinha plantada, aonde com ajuda dos guias muitas informações foram dadas, inclusive com o projeto de expansão até 2020, que é de duplicar esta área atual. A visita guiada se inicia pelos pelos tanques onde são produzidos os vinhos da casa, aonde turista ainda aprende curiosidades como as quantidades de uvas necessárias para a produção de uma garrafa de 750 ml de vinho, além de saber que para cada hectare cultivado/ plantado, irão resultar em cerca de 8.000 (oito mil) a 10.000 (dez mil) uvas. Querem produzir uma garrafa de vinho? Tudo bem, além de todo os processos rigorosos, é preciso ter incialmente 1kg de uvas, ok? Mais informações sobre a vinícola e esse passeio, basta acessar http://www.miolo.com.br/empresa/miolo_wine_group/vinicula_ouro_verde/.

Outro passeio imperdível para quem está na cidade é no bairro de Areia Branca. A entrada é marcante e impossível de não acertar o nome do local: o Bodódromo. Lá é o ponto de encontro de vários habitantes da cidade, além de ser uma das principais atrações turísticas, por ser um complexo gastronômico com cerca de 10 (dez) retaurantes e alguns bares. Este nome peculiar se deu no passado, quando nesta área era uma grande área de comercialização da carne de bode, que é um animal típico da região. Atualmente, é difícil experimentar esta iguaria, por conta do cheiro e a sua carne ser dura. Em lugar dele, a regra é oferecerem carneiro em diversas especialidades como carneiro assado (prato mais tradicional da região) e até lingüiça e pizza de bode. Um aspecto cultural e engraçado do pernambucano é que tudo é o maior e se não for, é o melhor. Por isso, não se surpreenda se ouvir de alguém que este é o maior espaço ao céu aberto dedicado a este tipo de prato do mundo, que realmente pode ser verdade.

Experimentando as uvas,
Outra vinícola visitada foi a Vitivinícola Santa Maria (http://www.vinibrasil.com.br/), que é controlada pelo grupo português Dão Sul, com ampla experiência, além de diversos prêmios internacionais. Fazendo um paralelo com a vinícola em Feira Nova, achei que esta é a que mais vale a pena, por conta da estrutura e instrução dos guias. São verdadeiras lições sobre o cultivo da uva, processos de fermentação do vinho e como degustar. Posso afirmar que chega a ser um passeio do nível ou até superior ao que fiz por duas oportunidades em Santiago do Chile, na vinícola Concha y Toro. O passeio se torna mais espetacular quando os guias oferecem uma visita aos campos de parreiras, aonde se há breve explicação do plantio das cepas e permitindo ao turista experimentar os sabores e perceber as diferenças, uva a uva. Dentre os inúmeros tipos, destaco as Cabernet Sauvignon, Carmenère e Shiraz. Para os que querem testar todos os paladares e perceber as diferenças de sabores de cada uva, é permitido experimentar ali mesmo cada uva. Como em toda vinícola, a visita se encerrou com uma ampla degustação de seus vinhos, que foram os da linha Rio Sol e com uvas de cortes Cabernet Sauvignon e Syrah.

"Carranca" com a ponte ao fundo
Não poderia deixar de fazer uma referência ao “Velho Chico”, apelido carinhoso ao Rio São Francisco, tão presente na cultura do povo nordestino. Petrolina (Pernambuco) e Juazeiro (Bahia) são banhadas e separadas por essas águas e chegaram a ter uma canção do já falecido Luiz Gonzaga (http://www.youtube.com/watch?v=t_70Bfif9BQ) que demonstrava todo carinho para as duas cidades.
O passeio começa numa travessia típica da região, numa pequena embarcação que funciona como ônibus coletivo, só que aquático e leva as pessoas de Petrolina, para Juazeiro em apenas alguns minutos. Ao chegar no lado da Bahia, troquei para um barco maior e a vapor, que iria iniciar um tour pelas águas do Rio São Francisco. O guia, passa aos turistas diversas informações sobre a importância do rio para a região, além dos aspectos históricos e outras curiosidades. Impossível não perceber a Carranca, que é uma escultura em forma humana ou de animal típica da região e feita de madeira. Inicialmente eram produzidas e colocadas na proa dos barcos que navegavam pelo “velho Chico” e depois passou a ser comercializado nas diversas lojas de artesanatos da região. O passeio, que dura cerca de duas a três horas, é regado a espumantes locais, culinária regional e muita música popular brasileira e regional, além de permitir uma parada para se banhar nas águas do "Velho Chico".

Tentei fazer um vídeo para mostrar um pouco mais do passeio, mas as filmagens ficaram com o som muito abafado e prejudicado. Vou ficar devendo, na próxima ida para Petrolina e Juazeiro, prometo o vídeo.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Fernando de Noronha, um paraíso em Pernambuco


Dando uma pausa nas viagens internacionais, chegou a hora de conhecer um pouco mais do nosso Brasil. O destino hoje é uma ilha que fica a leste do Estado do Rio Grande do Norte e formado por 21 (vinte e uma) ilhas e ilhotas. Trata-se de Fernando de Noronha, distrito do Estado de Pernambuco e dona de visuais de tirar o fôlego. Sua história nos leva ao período das grandes navegações portuguesas, aonde a ilha possuía um nome diferente do atual: Ilha de São João da Quaresma. Por volta de 1504, o monarca D. Manuel I resolveu doar a ilha para o então proprietário da capitania hereditária da época, que era o Fernão de Loronha. Desde então, a ilha passou a se chamar de Fernando de Noronha e após longo período abandonada, se tornou por muitos anos uma prisão. Esse polo turístico que conhecemos é recente e bastante aproveitado por conta da proximidade entre a ilha e as cidades de Natal e Recife, que favorece a ligação diária. Antes do pouso, os passageiros que escolheram o lado esquerdo do avião, serão presenteados com uma vista panorâmica da ilha, por alguns pilotos realizarem o contorno da ilha antes do pouso.
 
As portas do avião se abrem e se inicia o desembarque. Este é o momento curioso aonde é notório o movimento frenético de câmeras fotográficas e filmadoras dos turistas, que tentam registrar cada momento em Fernando de Noronha. Não é por acaso, afinal o turista se depara de cara com ponto mais alto da ilha, que é o Morro do Pico (321 metros) com as aeronaves de atores coadjuvantes. Registrados alguns desses momentos chega a hora de pagar a conhecida e de certa forma absurda “taxa de preservação da ilha”. O valor varia a cada ano e atualmente custa em torno de R$ 45,60 (quarenta e cinco reais e sessenta centavos) cada dia de permanência por lá. Para não perder tempo na chegada, é possível realizar o pagamento diretamente no site do Governo do Estado de Pernambuco (http://www.noronha.pe.gov.br/), bastando apenas entrar na outra fila do desembarque e comprovar o pagamento. Assim, o próximo passo é pegar a bagagem na modesta esteira e começar a viagem.

A impressão que fica é que independente do seu local de hospedagem, sempre haverá um transfer do aeroporto para o centro da cidade (na ida ou na volta). Tudo em Noronha é caro, mas basta visitar o arquipélago na baixa estação e constatar que é possível até negociar o preço de algumas atrações, além de conseguir hospedagens mais baratas. Isso acontece por conta da baixa procura pela ilha e movimento durante a baixa estação. Sem dúvidas o lugar mais central e interessante para se hospedar é o bairro da Vila dos Remédios, que é o centro histórico da ilha e se estende até o mar, se encerrando na famosa Praia do Cachorro. No bairro é possível encontrar supermercados, restaurantes, bares e inclusive o lugar de maior agito na vida noturna, que é o Bar do Cachorro.

Uma curiosidade é que em Fernando de Noronha se encontra a segunda menor rodovia do Brasil, com apenas 7 km de extensão. É parte dela que pegamos para chegar até a Baía de Santo Antonio. Por lá, encontramos o porto da ilha, e local de partida e chegada de diversas embarcações de pescadores e outras turísticas que mostram Noronha por outro ângulo. Por conta de um naufrágio no passado de uma embarcação grega, o navio Eleani Sthatathos, embarcações maiores não conseguem atracar no porto. Ao turista, duas espécies de cruzeiros são oferecidos: uma grande embarcação que oferece um passeio ao redor da ilha, com vendas de bebidas e comida a bordo, que custa cerca de R$ 90,00 (noventa reais), ou o meu preferido, que é uma lancha privada e custa R$ 1.000,00 (mil reais) a ser dividido pela quantidade de pessoas a bordo. A maior diferença é que a lancha é um passeio privado/ vip e com tudo incluso, inclusive comidas (churrasco e peixe pescado na hora) e bebidas (cerveja, água, refrigerente). De resto tudo é oferecido em ambas, como o famoso passeio de planasub, mergulho em um ponto no mar de dentro e o tempo de duração que pode ser 04 (quatro) horas ou o dia inteiro.

Jantar do Zé Maria.
A noite reserva uma atração que mexe com o paladar do turista. É o festival gastronômico do Zé Maria, que fica na pousada que leva o mesmo nome. Uma variedade de pratos feitos de frutos dos mares, saladas e carne, é de dar água na boca. Para poder aproveitar, é preciso fazer uma reserva e o pagamento no valor de R$ 120,00 (cento e vinte reais), que dá direito ao buffet livre, mas com bebidas sendo pagas a parte. O dono do empreendimento e da ideia, o próprio Zé Maria, faz questão de apresentar cada prato feito, que vai desde pratos típicos do Nordeste brasileiro como carne de sol, até delícias do mar como peixes especiais, sushis ou saladas. Após o jantar principal, é oferecido uma outra infinidade de sobremesas. Sem dúvidas nenhuma vale muito a pena conferir.

O passeio mais procurado é o ilhatur (R$ 100,00), que todos devem fazer pelo menos uma vez. O tour é quase completo ao redor da ilha, não sendo incluído o passeio pelo centro histórico (que ñão será problema para quem estiver hospedado no bairro da Vila dos Remédios). Essa volta pela ilha é feita por veículos Land Rover, Hilux, L-200 ou Buggys e levam o dia todo. Por conta disto, é recomendado que se leve protetor solar, para aguentar os raios solares (que são bastante fortes), repelentes (contra os diversos mosquitos), bonés, sapatos velhos/ sandálias Crocs e etc. O importante é sentir-se bem e confortável, pois são muitas trilhas, com inclinações e solos diferentes.

Quem diria que a praia mais bonita do Brasil encontra-se tão afastada do continente, não é? Ela fica lá em Fernando de Noronha, na praia do Sancho. A primeira parada do ilhatour, só há uma forma um pouco incômoda de acesso a este paraíso: descendo uma escadaria numa fenda, além de outro trecho de pedras e areia até chegar até a praia. Seu mar bastante cristalino além de encantar, permite que sejam observados ocasionalmente algumas espécies marinhas e cardumes de peixes. Via de regra, os guias do passeio permitem um tempo, que varia de 30 (trinta) minutos a uma hora, para que seja possível curtir melhor essa maravilha da natureza, seja mergulhando ou apenas admirando.

Morro dos Dois Irmãos ao fundo.
Cenário de um dos mais conhecidos cartões postais da ilha, a Praia da Cacimba do Pare e Baía dos Porcos é onde está o famoso morro dos “Dois Irmãos”, que é apelidado de “Fafá de Belém”, por terem formatos de dois seios enormes. Além do acesso à praia, há inúmeras trilhas para o turista não perder um ângulo das belezas naturais de Fernando de Noronha. Em seguida, o destino é a Praia do Sueste, que possibilita ao turista um mergulho livre para poder ver de perto a diversidade marinha da ilha. Algumas espécies são bastante comuns nesta praia, como tubarões, arraias, tartarugas gigantes e inúmeros cardumes de peixes exóticos, que faz parecer que estamos num documentário do Discovery Channel. Tudo isto só é possível com o aluguel de R$ 15,00 (quinze reais) do material para o mergulho como nadadeiras e snorckel com máscara. A sugestão é cada um levar o seu próprio equipamento, uma vez que não acredito que eles lavem o “canudinho” do snorckel na devolução.

Praia da Atalaia, lembra o Caribe
A praia mais fantástica é sem dúvidas a da Atalaia. Esse nome é uma referência à Ilha do Frade que fica justamente na frente da praia e lembra o formato de um monge ajoelhado. Apesar de pequena, algumas regras são seguidas para a visitação, uma vez que o IBAMA tenta ao máximo preservar as características do ecossistema e das espécies ali presentes. Diariamente só é possível entrar 100 (cem) pessoas na praia, em grupos diferentes e que só podem permanecer nela por apenas 20 (vinte) minutos, além de não ser permitido o uso de protetor solar, bronzeador ou nadadeiras. O ideal é ir cedo, para aproveitar a maré baixa, que forma uma piscina natural com águas cristalinas, além de ser possível nadar com pequenos tubarões e arraias e observar diversas espécies de peixes e lagostas, por exemplo. Uma curiosidade é a profundidade da água, que é de apenas 80 (oitenta) centímetros. Desta forma, eles aconselham aos que não conseguem flutuar, usar um colete para não tocar os pés ou mãos no fundo da água e assim assustar as espécies que ali residem.

Que tal visitar a praia mais badalada da ilha? Localizada próxima ao Bairro da Vila dos Remédios, é uma excelente opção para o banho e mergulho com cilindro. A Praia da Conceição, que em períodos de alta estação e feriados é embalada com DJs e muitas festas também é ótima para se tomar uma boa cerveja ou caipirinha, conversando com amigos ou familiares. A melhor opção para isto é o Bar do Duda Rei (http://www.bardudarei.com.br/), que apesar de praticar preços muito altos nas bebidas, é bastante badalado. Para completar, o famoso Morro do Pico completa o visual do turista para a viagem ficar sempre na memória.

Filé de tubarão com camarão
Como um grande admirador dos tubarões, eu não poderia deixar de conhecer o Museu do Tubarão e conhecer um pouco mais dessas espécies aquáticas e ter a certeza, conforme estudos que eles não gostam da carne humana. Geralmente os ataques são erros de interpretação, que eles apenas abocanham o humano e soltam. Por lá também é possível provar uma iguaria: o bolinho de tubalhau. Um primo distante, mas de sabor parecido com o bolinho de bacalhau. O curioso é que antes mesmo de desembarcar na ilha, eu já pretendia experimentar a carne do tubarão. O bolinho foi frustrante, pois o sabor já era conhecido, mas quando entrei no Restaurante da Edilma e pedi um filé de tubarão bico fino coberto de molho de camarão, tudo mudou. É um prato bastante saboroso e vale a pena provar. Uma pena não encontrar facilmente essa iguaria no continente.

Não deixem de acessar o vídeo que fiz e está disponível no meu canal do YouTube sobre Fernando de Noronha. Basta clicar abaixo ou acessar www.youtube.com/ticoso: 


quarta-feira, 3 de abril de 2013

Cidades ao redor de Sydney, outro espetáculo australiano.


Conforme prometido na minha última postagem sobre Sydney, chegou a hora de conhecer um pouco mais das cidades que ficam nos seus arredores. Agora chegou a hora de visitar o Featherdale Wildlife Park, Blue Mountains, Hunter Valley (para os amantes dos vinhos) e a cidade de Newcastle.

Alimentando Canguros e Wallabies
Começando pelo parque Featherdale, ele fica a cerca de 40 (quarenta) minutos de Sydney e pode ser feito um transfer em vans e micro-ônibus que são alugados. Este passeio, que eu aconselho bastante, não faz parte da rota turística e pode ser também a ÚNICA oportunidade de poder interagir de uma forma especial com diversos animais típicos da região como os coalas e cangurus, por exemplo. Alguém já ouviu falar na ave mais perigosa do mundo? Trata-se do Casuar, um animal da família das emas e avestruzes, na qual uma patada sua chega a ter a mesma intensidade da força de um punhal, podendo inclusive decepar membros humanos. Além disto, é possível viver a experiência de alimentar duas espécies de cangurus, que apesar de semelhantes são bastante diferentes: os cangurus cinza e os wallabies. Apesar de ser uma experiência única, o passeio tem um tempo pré-definido de apenas uma hora ou uma hora e meia de permanência, depende da operadora/ transportadora.

Cidade de Leura
O passeio continuou com uma breve parada numa cidadezinha bastante agradável e charmosa. Trata—se de Leura, uma cidade que lembrou muito as cidades brasileiras de Campos do Jordão, em São Paulo e Gramado, no Rio Grande do Sul. Apesar do parentesco distante, as cidades preservam o clima de clima bastante acolhedor, além de inúmeras casas feitas de madeira e um artesanato local muito rico. Depois de renovar as energias, nada melhor do que seguir para um local místico e com visuais de tirar o fôlego: Blue Mountains. O nome, que remete a coloração azul, é uma referência à névoa que se forma ocasionalmente nestas cores, por conta das diversas árvores de eucalipto no local. Considerado Patrimônio da Humanidade, o local é cercado por altas florestas, penhascos, canyons e cachoeiras.

Por lá, encontramos um lugar cercado de mistério e lendas. São as famosas rochas das Three Sisters, que
Three Sisters ao fundo
tem uma lenda aborígene que conta a história de um feiticeiro que tinha três irmãs e uma delas queria se casar com um guerreiro da região. Durante vários anos de caminhada pela Austrália o feiticeiro procurou tribos que tivessem 03 (três) homens e que assim pudesse casar com as suas três irmãs. Por não ter achado e ter ouvido de uma delas, que ela poderia ter sido feliz se tivesse casado com aquele guerreiro, ele acabou por lançar um feitiço sobre as três e transformando-as num bloco de três pedras, alegando que assim elas poderiam entender que a felicidade de uma não significava a tristeza das outras. O visual é incrível, apesar de mais frio e com neblina em algumas épocas do ano.

Vinícola no Hunter Valley
Para os que amam fazer enoturismo (turismo para apreciar os sabores dos vinhos), chegou o grande momento em território australiano. A direção é o vilarejo de Cessnock, uma cidadezinha que fica cerca de 110km de Sydney e que conta com apenas 40 mil habitantes. Nesta região, que encontramos a mais antiga região vinícola da Austrália, aonde as primeiras vinhas foram plantadas em meados de 1820, o Hunter Valley. No passado, quando ali se iniciou o cultivo das uvas, constatou-se que o clima era parecido com o do sul da França, assim ideal para o crescimento das uvas. Os vinhos de corte Shiraz (que particularmente me agrada muito) são os mais famosos por todo o mundo, mas não se preocupem, cepas Merlot, Semillon e Chardonnay são muito boas, quando procedentes desta região. Algo bastante interessante quando estive por lá: cada vinícola lhe permite a degustação de vários vinhos e se você preferir, pode comprar e degustá-lo com seus amigos e familiares nas diversas mesas disponíveis no lado de fora. É uma espécie de picnic para poder experimentar todos os sabores da Austrália. Uma das vinícolas que estive e gostei muito foi a Roche Wines (http://www.winecountry.com.au/wine/cellar-door-tasting/pokolbin-rothbury/roche-wines).

Orla de Newcastle: bares e restaurantes
Por fim e aproveitando a proximidade com o Hunter Valley, chega-se na segunda maior cidade do Estado de New South Wales: Newcastle. Banhada pelo Oceano Pacífico, possui praias que ficam cheias durante os feriados e finais de semana, além de possuir um porto com capacidade de receber qualquer tipo de embarcação de carga ou passageiros. Conta-se que parte da população local tem como um de seus passatempos é olhar o vai e vem de navios que atracam no porto, inclusive com manobras diferenciadas pelos rebocadores. Particularmente, por alguns segundos virei um típico morador de da cidade, quando admirei o movimento de navios indo e vindo, degustando uma típica cerveja da Tasmânia, a James Boag’s (indico para quem gosta de cerveja diferente). O centro da cidade é um misto de construções novas e velhas, que foram restauradas após o ÚNICO terremoto ocorrido em território australiano, em 1989, e é interessante de se conhecer caminhando. De toda forma uma coisa é certa, para que algum lugar na Austrália volte a tremer, será necessário que se esteja numa festa e após a décima cerveja.

E aqui encerramos esse passeio pela terra down under. Apesar da distância com o resto do mundo, pretendo voltar por lá inúmeras vezes e trazer mais novidades para você que gostou. Ainda tem um terceiro vídeo, do meu canal no YouTube que conta com Blue Mountains e Leura. Curtam um pouco mais abaixo:


segunda-feira, 1 de abril de 2013

Sydney: uma das mais belas cidades do Mundo


Recentemente, estive presente num evento de lançamento do livro “Diário de um Clima”, da repórter da Rede Globo de Televisão, Sonia Bridi. Durante a apresentação da obra, tive a oportunidade de trocar algumas ideias com ela, sobre viagens em comum para lugares como África do Sul, Austrália e Nova Zelândia. Em seguida, algo curioso ocorreu: algumas pessoas que se encontravam no evento me questionavam qual o lugar mais incrível que eu já havia visitado no planeta. Particularmente acho uma pergunta um pouco difícil, pois acredito que cada lugar tem suas particularidades e atrativos, que os tornam especiais. Apesar de não ter como um lugar melhor que os outros, concluí que Sydney, a cidade mais populosa da Austrália foi um dos lugares mais FANTÁSTICOS que já estive.

Boeing 747-400 da Qantas
Saindo do Brasil a viagem é longa: se contarmos o tempo total, incluindo os voos dos trechos Recife – São Paulo/ São Paulo – Johanesburgo e Johanesburgo – Sydney chega-se a incrível marca de 22 (vinte e duas) horas voadas, sem contar os tempos de conexão nos aeroportos brasileiros, africanos e australianos. Tive a sorte de o voo ser operado por uma das melhores empresas aéreas do mundo, a Qantas, além de experimentar um clássico da aviação comercial, o Boeing 747-400. Chegando a Sydney. o transfer aeroporto/ cidade foi feito num táxi comum (estilo van), que comportava uma boa quantidade de malas e pessoas. A exemplo de outras viagens, são inúmeras as opções para ir do terminal do aeroporto até o centro da cidade.

É importante destacar que apesar de Sydney ser a maior região metropolitana da Austrália, não é a capital do País. Bastante organizada e com diversas opções para o turista, Sydney é uma cidade jovem que proporciona uma das melhores qualidades de vida do planeta, seja com seus parques, praias, bares ou restaurantes. Apesar de tantos atrativos, a cidade é conhecida internacionalmente por ter uma hospedagem de preços bastante elevados, perdendo apenas para Miami, Punta Caña, Rio de Janeiro e Nova York. Se você pretende ficar perto de várias atrações turísticas, a dica é se hospedar nas proximidades de The Rocks/ Circular Quey, que é repleta de bares, restaurantes e próximas ao cartão postal da cidade, a famosa Opera House e a Harbour Bridge.

Sydney Wild Life
Minha jornada iniciou no Darling Harbour, uma das áreas mais movimentadas de Sydney, que conta com uma variedade de atrações como bares, restaurantes, lojas, parques, hotéis, entre outras coisas. Caminhando pela região, encontra-se um cinema que possui a mais larga tela retangular de cinema 3D do mundo, que é no IMax Theatre Sydney. Além dos diversos monorails que cruzam esta região, possibilitando o deslocamento de um lado ao outro, o turista pode desfrutar de uma experiência única, que é jantar num antigo barco que fica ao lado da ponte e em frente à baía. Uma das principais atrações do Darling Harbour são o Sydney Aquarium, aonde é possível conhecer um pouco mais da vida nos rios e oceanos, além das diversas espécies de tubarão (incluindo o Grande Tubarão Branco); a Sydney Wild Life, com seus crocodilos, cangurus e a possibilidade de interagir com o animal símbolo da Austrália: o Koala; e por fim o novíssimo museu de cera Madame Tussauds. A dica é comprar um combo/pacote que inclui todas essas atrações por um preço reduzido e mais barato do que se comprado separadamente. Por fim, ainda é possível passear pelas baías de Sydney, nos diversos táxis aquáticos que podem ser simples lanchas ou até veleiros charmosos.

Um dos lugares mais agradáveis da cidade é o bairro de The Rocks, localizado entre o porto de Sydney e a Opera House e que, segundo a história foi o ponto inicial da povoação europeia na Austrália. Esta região nos remete à Europa, com suas ruas de coloridas, prédios históricos e antigos pubs. Além disto, a região concentra uma vasta opção de restaurantes, bares e pubs, e é palco de várias atividades culturais. Aproveitando todo este clima de festa, não poderia deixar de aproveitar o que o bairro tinha para me oferecer, inclusive conhecendo alguns desses pubs, que destaco o Löwenbräu Keller (http://www.lowenbrau.com.au/), no qual foi inevitável não me sentir na Alemanha, com a cultura da cerveja e Bierhaus, além dos conhecidos campeonatos de virar cerveja. Na disputa de quem bebe mais rápido, eu venci um coreano e mexicano que disputavam comigo, como mostra o vídeo do YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=MB-93QBVKjo. Aos que gostam de joias e artesanatos locais, não deixem de ir aos sábados ao mercado presente nesta região que conta com diversos pontos de venda desses e outros produtos.

Taxi com a Harbour Bridge ao fundo
Logo ao lado chegamos a um dos lugares mais incríveis de Sydney: Circular Quey. Há os que defendam que The Rocks é parte deste bairro, enquanto outros afirmam que são apenas bairros/ distritos vizinhos. É em Circular Quey que está a maior parte das atrações turísticas da cidade e uma aula de sistema de transporte público EFICAZ e PERFEITO. Imagine uma integração entre as linhas de metrô, balsas/ barcos, táxis e diversas linhas de ônibus que passam no local? Você literalmente faz conexões para outras regiões da cidade, com destaque para a balsa/ barco que leva em apenas 30 (trinta) minutos da Baía de Sydney para a praia e bairro de Manly. O mais legal é poder observar a Opera House e Sydney Harbour Bridge como cenário ao fundo. Particularmente gostei tanto, que fazia questão de sempre fazer este passeio, em detrimento do transporte automotivo.

Opera House de Sydney
Nos arredores do Circular Quey, encontramos o cartão postal da cidade/ símbolo da cidade, que é a Sydney Opera House. Construída entre 1959 e 1973, diz-se que durenta um concurso, o arquiteto vencedor resolveu criar um monumento que lembrasse as velas de um barco. A Opera House além de ostentar o título de teatro mais famoso do mundo, conta com um complexo cheio de restaurantes e bares ao seu redor, aonde o turista pode curtir melhor a fantástica vista da Baía de Sydney. Dependendo do período de viagem, verifique a programação de operas, balés ou até mesmo peças teatrais, pode ser uma experiência única. 

Ainda na principal baía de Sydney, encontramos a Sydney Harbour Bridge, que impressiona por sua largura, além de ser a ponte em formato de arco mais elevada do mundo. Construída em apenas 8 (oito) anos, a ponte liga o centro financeiro de Sydney com a costa norte, permitindo a travessia de várias formas: desde a rodoviária e ferroviária, até mesmo com caminhadas. Um dos passeios famosos e que eu indico apesar de caro, é o de se escalar até o topo da ponte. O preço depende se for durante a semana ou no final de semana, mas é em torno de AU$ 228,00. Mais informações é possível no site http://www.bridgeclimb.com/Price. No meu caso, a minha irmã  providenciou tudo e só tive o "trabalho" de testar meu condicionamento físico e ao final ser presenteado com uma maravilhosa vista da Baía de Sydney.  Esse é um passeio para toda a família, independente da idade.

Construído em 1898 para substituir os antigos mercados de Sydney, surgiu o edifício com estilo arquitetônico românico, chamado Queen Victoria Building. Situado em frente à prefeitura e com uma estátua da rainha Victoria na sua entrada, é cercado por alguns dos mais modernos prédios da cidade. Atualmente é um elegante centro de compras, que conta com 200 (duzentas) lojas das mais variadas marcas, além de ser um ponto de embarque e desembarque do metrô em seu subsolo. Alguns detalhes valem ser destacados, como o piso cheio de mosaicos e suas escadarias e a réplica da coração da rainha Victoria (no 2º piso) e os seus relógios, que contam um pouco da história da colonização britânica na Austrália.

Manly é um dos programas imperdíveis da cidade. Para se chegar lá, a melhor opção, como dito anteriormente é pegar o Ferry em Circular Quey, se não me engano no píer 3 (três). A travessia dura cerca de 30 (trinta) minutos e revela um visual imperdível e fantástico. Um dos destinos preferidos da maioria dos moradores de Sydney por contar com diversos cenários paradisíacos e que são cercadas por natureza por todos os lados. Para os amantes do contato com a natureza é possível encontrar diversas praias interligadas por trilhas, que são consideradas as melhores do mundo para quem pratica. Por incrível que pareça, essas caminhadas são bastante estruturadas e prontas para receber pessoas de todas as faixas etárias. A exemplo de outras praias dos arredores de Sydney, em Manly o interessante é aproveitar um pouco da praia central, aonde encontram-se o comercio local, além dos diversos cafés, restaurantes e algo bastante interessante: piscinas públicas.

Para os que gostam de boates, festa e badalação, um dos melhores lugares é na orla de Manly. Diferentemente do que acontece no Brasil, não se cobra entrada para ingressar nos bares/ pubs ou boates. É dada a liberdade de escolha do melhor local, no qual só se paga pelo que consumo, além de ter livre trânsito, seja para entrar ou sair do local. Quando tive a oportunidade, fui conhecer um pouco da vida noturna de Manly, e após 2 (duas) tentativas, acabei ficando maior tempo numa das melhores boates da orla e reduto de brasileiros, que é a Shore Club (http://www.shoreclub.com.au/). Com uma estrutura de três andares, que recriam ambientes de música pop/rock, techno/ house e lounge, é um sucesso de público e filas enormes se formam do lado de fora. Nos domingos, como foi o dia que fui, a festa vai apenas até as meia-noite e a partir daí acontece algo bastante interessante: as luzes da boate são acesas e a música para no meio, além dos seguranças e funcionários da boate mandarem todos para casa, descansar para o dia seguinte trabalharem.

Picnic em Dee Why
Distante cerca de 5 (cinco) minutos de Manly, chegamos na mais brasileira das praias de Sydney, que é Dee Why. Localizada na região Nordeste da cidade, conhecida por Northern Beaches, tem se tornado uma das áreas mais desenvolvidas desta região. Com um complexo de restaurantes (inclusive brasileiros), lojas, bancos e supermercados, a praia de Dee Why é de tirar o fôlego pelo seu mar maravilhoso e sua paisagem cercada de montanhas. Para os amantes do surf, a área é perfeita para a prática do esporte, inclusive com alguns campeonatos locais e internacionais. Apesar de não ser amador ainda na área, arrisquei pegar algumas ondas, que exigiram bastante condicionamento físico, uma vez que as ondas são numa sequencia muito rápida. Uma curiosidade é termo hotel, que nem sempre significa o que parece. Num primeiro momento, parece o tradicional local de descanso dos turistas, não é? Em Sydney, isso pode ser completamente diferente, com a simples existência de um PUB. Por fim, reúna seus amigos e família e desfrutem de um Picnic nas diversas mesinhas que existem na frente da praia. No meu caso, a minha irmã providenciou tudo e foi fantástico.

Não poderia deixar de falar um pouco sobre o Parque Olímpico de Sydney, que era uma área abandonada da cidade, no subúrbio de Sydney e acabou sendo a sede dos Jogos Olímpicos do ano 2000. Apesar de feita apenas com este objetivo, a cidade olímpica ainda é palco de diversos eventos culturais, esportivos, inclusive com shows bandas de renome internacional. Outros eventos locais, como o Sydney Royal Easter Show, o Sydney Festival e o Big Day Out acontecem nesta área. Por fim, a área é servida por  metrô e os famosos monorais do Parque, além de também servido por ferryboat, que realiza o translado para as várias Baías de Sydney.

Na próxima postagem falarei um pouco sobre o Featherdale Wildlife Park, Blue Mountains, NewCastle e Hunter Valley (o vale dos vinhedos australiano), para encerrar esta aventura na Austrália. Enquanto isto, vocês poderão degustar um pouco de tudo isto, nos vídeos disponíveis no meu canal do YouTube. 

Como de costume, sempre procuro colocar as dicas acompanhadas de vídeos. Neles, mostro um pouco mais e de forma interativa esses lugares fantásticos. Com Sydney não foi diferente e existem dois vídeos disponíveis no meu canal do Youtube. Basta acessar meu canal em www.youtube.com/ticoso, ou clicar nos vídeos abaixo, que estão dividido em duas partes:

                                          Primeira parte:




                                          Segunda parte: