terça-feira, 16 de abril de 2013

"Petrolina, Juazeiro... Juazeiro, Petrolina... todas duas eu acho uma coisa linda..."


Desembarque em Petrolina
Pernambuco é um dos estados brasileiros marcados pela diversidade cultural, seja na praia, no campo ou no semi-árido. Depois de conhecermos a o fantástico arquipélago de Fernando de Noronha, que tal ir rumo ao interior, para Petrolina? Junto com a cidade de Juazeiro, na Bahia, formam a maior concentração urbana da região do semi-árido no Nordeste do Brasil. Como se não bastasse, a cidade é a segunda maior de Pernambuco e possui o maior PIB (produto interno bruto) entre as cidades do interior do estado. A exemplo do que acontece no Chile, Petrolina tem um clima muito seco, apesar do exemplar sistema de irrigação, que é ideal para o cultivo de cepas, não sendo por acaso o título de 2º maior centro vinícola do Brasil, perdendo apenas para o Vale dos Vinhedos no Rio Grande do Sul. As diferentes técnicas de fertilidade do solo castigado pelo forte sol, além da forma de irrigação inspirada na Califórnia americana, faz de Petrolina um dos principais centros de exportação de frutas tropicais (melancia, uva, melão, entre outras) brasileiras para todo o mundo. 

Barricas da vinícola Ouro Verde
A região do Vale do São Francisco ainda está engatinhando no turismo, mas já é bastante forte o Entourismo, que é aquele para se conhecer vinícolas e a cultura do vinho. Particularmente, não resisto a uma boa degustação, motivo pelo qual fiquei bastante entusiasmado ao conhecer mais um município pernambucano. Na chegada em Petrolina, um veículo já aguardava para o início do passeio que iria ser na cidade vizinha, em  em Casa Nova, na Bahia. Lá se encontra uma das filiais da Miolo do Rio Grande do Sul, a vinícola Ouro Verde, que é uma das mais visitadas. Foi possível observar um espaço de cerca de 200 hectares de vinha plantada, aonde com ajuda dos guias muitas informações foram dadas, inclusive com o projeto de expansão até 2020, que é de duplicar esta área atual. A visita guiada se inicia pelos pelos tanques onde são produzidos os vinhos da casa, aonde turista ainda aprende curiosidades como as quantidades de uvas necessárias para a produção de uma garrafa de 750 ml de vinho, além de saber que para cada hectare cultivado/ plantado, irão resultar em cerca de 8.000 (oito mil) a 10.000 (dez mil) uvas. Querem produzir uma garrafa de vinho? Tudo bem, além de todo os processos rigorosos, é preciso ter incialmente 1kg de uvas, ok? Mais informações sobre a vinícola e esse passeio, basta acessar http://www.miolo.com.br/empresa/miolo_wine_group/vinicula_ouro_verde/.

Outro passeio imperdível para quem está na cidade é no bairro de Areia Branca. A entrada é marcante e impossível de não acertar o nome do local: o Bodódromo. Lá é o ponto de encontro de vários habitantes da cidade, além de ser uma das principais atrações turísticas, por ser um complexo gastronômico com cerca de 10 (dez) retaurantes e alguns bares. Este nome peculiar se deu no passado, quando nesta área era uma grande área de comercialização da carne de bode, que é um animal típico da região. Atualmente, é difícil experimentar esta iguaria, por conta do cheiro e a sua carne ser dura. Em lugar dele, a regra é oferecerem carneiro em diversas especialidades como carneiro assado (prato mais tradicional da região) e até lingüiça e pizza de bode. Um aspecto cultural e engraçado do pernambucano é que tudo é o maior e se não for, é o melhor. Por isso, não se surpreenda se ouvir de alguém que este é o maior espaço ao céu aberto dedicado a este tipo de prato do mundo, que realmente pode ser verdade.

Experimentando as uvas,
Outra vinícola visitada foi a Vitivinícola Santa Maria (http://www.vinibrasil.com.br/), que é controlada pelo grupo português Dão Sul, com ampla experiência, além de diversos prêmios internacionais. Fazendo um paralelo com a vinícola em Feira Nova, achei que esta é a que mais vale a pena, por conta da estrutura e instrução dos guias. São verdadeiras lições sobre o cultivo da uva, processos de fermentação do vinho e como degustar. Posso afirmar que chega a ser um passeio do nível ou até superior ao que fiz por duas oportunidades em Santiago do Chile, na vinícola Concha y Toro. O passeio se torna mais espetacular quando os guias oferecem uma visita aos campos de parreiras, aonde se há breve explicação do plantio das cepas e permitindo ao turista experimentar os sabores e perceber as diferenças, uva a uva. Dentre os inúmeros tipos, destaco as Cabernet Sauvignon, Carmenère e Shiraz. Para os que querem testar todos os paladares e perceber as diferenças de sabores de cada uva, é permitido experimentar ali mesmo cada uva. Como em toda vinícola, a visita se encerrou com uma ampla degustação de seus vinhos, que foram os da linha Rio Sol e com uvas de cortes Cabernet Sauvignon e Syrah.

"Carranca" com a ponte ao fundo
Não poderia deixar de fazer uma referência ao “Velho Chico”, apelido carinhoso ao Rio São Francisco, tão presente na cultura do povo nordestino. Petrolina (Pernambuco) e Juazeiro (Bahia) são banhadas e separadas por essas águas e chegaram a ter uma canção do já falecido Luiz Gonzaga (http://www.youtube.com/watch?v=t_70Bfif9BQ) que demonstrava todo carinho para as duas cidades.
O passeio começa numa travessia típica da região, numa pequena embarcação que funciona como ônibus coletivo, só que aquático e leva as pessoas de Petrolina, para Juazeiro em apenas alguns minutos. Ao chegar no lado da Bahia, troquei para um barco maior e a vapor, que iria iniciar um tour pelas águas do Rio São Francisco. O guia, passa aos turistas diversas informações sobre a importância do rio para a região, além dos aspectos históricos e outras curiosidades. Impossível não perceber a Carranca, que é uma escultura em forma humana ou de animal típica da região e feita de madeira. Inicialmente eram produzidas e colocadas na proa dos barcos que navegavam pelo “velho Chico” e depois passou a ser comercializado nas diversas lojas de artesanatos da região. O passeio, que dura cerca de duas a três horas, é regado a espumantes locais, culinária regional e muita música popular brasileira e regional, além de permitir uma parada para se banhar nas águas do "Velho Chico".

Tentei fazer um vídeo para mostrar um pouco mais do passeio, mas as filmagens ficaram com o som muito abafado e prejudicado. Vou ficar devendo, na próxima ida para Petrolina e Juazeiro, prometo o vídeo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Petrolina não o que você DISSE , que você falou pois Casa Nova-BA e é a maior produtora de vinha e uva desta região como você conhece deu a fama para Petrolina. Juazeiro-BA também faz muito e você deu a Fama toda para Petrolina. ANTES DE FALAR CONHEÇA MELHOR A REGIÃO.

Anônimo disse...

Casa Nova, quem conhece Casa Nova? Quando se fala em produção agrícola na região semi árida todos falam de Petrolina e juazeiro.
E com muita propriedade, sim, porque Petrolina é a maior cidade, com melhor infra estrutura, com mais empresas, seja de logística, produtoras, fabricas, etc. Petrolina nem se compara com Casa Nova.

Postaria fontes, mas não quero ser marcado como span...