quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Bariloche, o lado argentino dos Lagos Andinos.

E aí, pessoal? A dica de hoje é um destino bastante procurado pelos brasileiros, inclusive uma ótima alternativa com essa alta do dólar e crise econômica que vivemos no Brasil. O destino de hoje é Bariloche, que também é conhecida por “Brasiloche” pela quantidade de viajantes brasileiros nessa região dos Lagos Andinos. Ainda não existem voos diretos, saindo de São Paulo ou Rio de Janeiro com destino a cidade, o que obriga todo passageiro a fazer conexões em um dos dois aeroportos de Buenos Aires, seja Ezeiza ou o Aeroparque. Algumas agências de turismo fretam aviões de empresas como TAM, LAN, GOL ou até Aerolíneas Argentinas durante a alta temporada e leva em vôos curtos e diretos, tanto do Rio, como São Paulo. O detalhe é que normalmente por ser altíssima estação e mercado turístico aquecido por conta da temporada de neve, tudo fica MUITO MAIS CARO por lá também.



Eu sou um curioso e fui pesquisar a origem do nome “Bariloche” e descobri que tem origem indígena. Isso mesmo, pessoal! Os índios Mapuches, que viviam no lado chileno dos Andes, não tinham contato e nem sabiam como era o povo do outro lado da montanha e por esta razão, deram um apelido ao vilarejo e a população que ficava justamente em Bariloche de "VURULICHE". O significado? Exatamente o que falei antes, ou seja, “povo que vive do outro lado da montanha”! Uma palavrinha simples significava tanto! E o nome conhecido por todos é abreviado, na verdade o nome correto da cidade é San Carlos de Bariloche.

Na chegada é impossível não lembrar do mini mundo de Gramado, no Rio Grande do Sul, que tem uma miniatura do aeroporto de Bariloche, que é idêntica ao real, bem simples e rústico. Mas aos uqe não gostam de subir escadas, não se preocupem, o aeroporto conta com pontes de embarque que atendem preferencialmente os voos da Aerolíneas Argentinas. O trajeto de lá até o centro da cidade é relativamente curto e sem muito trânsito, entre 13km e 15km. Para os que assim como eu, gostam de alugar carro para relaxar um pouco mais, o caminho é todo sinalizado e é IMPOSSÍVEL de se perder. Eu sempre recomendo o aluguel de carro para viagens dessa natureza, ou pelos Lagos Andinos, seja o lado argentino ou chileno (que tratarei em outra postagem). E não se preocupe em contratar um GPS para o carro, basta ter o waze instalado em seu celular, que resolve muito bem os problemas de navegação. Já os que preferem não ter trabalho e preferem os táxis, eles custam em torno de 20 dólares do aeroporto para o centro, tendo a opção dos Remises, que são carros particulares e uam alternativa aos táxis, que levam por uma diferença de 5 dólares mais barato, em média.

Bariloche é muito bem atendida, por uma rede hoteleira basntante diversificada e atende a todos os gostos, com seus hotéis, hostel e até pousadas. E não se assustem com os preços, pois tem para todos os gostos, do mais barato ao mais caro. Eu acabei ficando no complexo do Hotel Villa Hunid (http://villahuinid.com.ar/), que conta com SPA e mais dois outros hotéis no topo de um "cerro". O ponto alto fica pela vista que tive todos os dias ao acordar e dormir, com nascer e pôr do sol espetaculares, além da vista do famoso Lago Nahuel Huapi e da Cordilheira dos Andes ao fundo. Apesar de não ficar muito próximo ao centro, não era muito longe e fácil de locomoção por conta do veículo alugado, além de ser cerca de 5km de um dos pontos turísticos mais procurados, o Cerro Otto.

Nascer do sol, visto do Hotel.

Se você quer experimentar do agito da cidade, saiba que quase tudo acontece na famosa Calle Mitre, que corta todo o centro da cidade. Por lá, encontramos alguns shoppings, galerias, lojas de souvenirs, restaurantes e muitas, muitas chocolaterias, como a Rapa Nui (http://chocolatesrapanui.com.ar/), que tem os melhores chocolates da Argentina, segundo dizem. Não tive como não provar alguns, além do seu founde espetacular. Indico, pessoal! Nesta região, é aonde encontramos também várias lojas de aluguel para roupa de esqui. E aí você me pergunta: não possso alugar na montanha? E eu te respondo que pode, mas é muito mais caro. Melhor alugar e carregar pela Calle Mitre até o hotel, do que pagar o dobro do preço, antes de subir na montanha. No centro também encontramos supermercados e alguns restaurantes que servem muito bem, como o clássico El Boliche de Alberto (http://www.elbolichedealberto.com/), que conta com carnes muito bem feitas e suculentas ou a melhor sequencia/ rodízio de founde na cidade, que é no restaurante Familia Weiss. Já se nota que ele é diferenciado pela arquitetura rústica e cheia de madeiras, fazendo um grande contraste com todas as outras construções da cidade. Fica quase na esquina da igrejinha principal da cidade e vale muito a pena. Para os amantes da culinária italiana, uma ótima pedida é o I´Italiano Trattoria, opção perfeita para combinar os vinhos argentinos e as massas caseiras, feitas na hora.

Como você já sabem, a Calle Mitre é aonde quase tudo acontece, inclusive ela leva direto para um dos cartões postais da cidade, que é o Centro Cívico. Basicamente é a principal praça da cidade, aonde jovens e artistas se reúnem, em meio as edificações de pedra, estilo europeu e ainda tem o adicional da vista do Lago Nahuel Huapi e dos Andes ao fundo. Para quem gosta de cães, pode ser a oportunidade ÚNICA de interagir e bater uma foto com os São Bernardos. Seus donos cobram algo em torno de $10 (dez) pesos para se tirar quantas fotos você quiser com a espécie. E se você andar um pouco mais, vai encontrar várias lojas de souvenirs mais em conta do que mais pra cima da rua. 


O mais legal vem agora, que é justamente explorar as belezas naturais da região. Existe o paseio conhecido por Circuito Chico, que faz um pequeno tour pelos principais mirantes da cidade, como os do Cerro Otto e Cerro Campanário. O segundo foi eleito pela revista National Geographic uma das 10 (dez) vistas mais lindas do planeta e a melhor de Bariloche. Costumo dizer que todas as vistas são de tirar o fôlego e lá não é diferente, mas isso é relativo e depende de como o visual te causa impacto. O passeio leva os turistas até o hotel Llao Llao, que é bastante conhecido por lá e mesmo não sendo hóspede, ele recebe para almoço, jantar ou visita, apenas.

Minha última passagem por Bariloche foi no mês de Setembro, que ainda tinha alguma neve, mas pouca concentração no topo do Cerro Otto. Apesar disto, a vista dos outros cerros, além dos lagos e o próprio passeio de teleférico já vale por tudo. Aliás, durante a subida ele parou algumas vezes, gerando um pouco de apreensão, mas é normal. Algumas pessoas se enrolam ao descer dele e acaba tendo de parar todos os outros, portanto, não se assustem! No topo do Cerro Otto, há um restaurante giratório, que serve além de comidas típicas da argentina, cafés e chocolates quente, para esquentar um pouco.

Como eu queria aproveitar o final da temporada de esqui e praticar snowboard, não poderia deixar de dar um pulo na principal "montanha"/ cerro da cidade: o Cerro Catedral. Devidamente vestido, com a roupa que aluguel na calle Mitre, só faltava mesmo alugar o material da modalidade escolhida por mim, pagar o ingresso e seguir para as várias pistas disponíveis. Em geral, há uma orientação com professores ou pessoas do Cerro Catedral, para indicar qual o ingresso adequado para cada necessidade. No meu caso, comprei um que me permitia entrar e sair quantas vezes quisesse durante o dia, mas meu Pai acabou comprando o de uma única entrada, que obviamente foi mais barato. Então é variável! para os medrosos, há várias aulas de esqui ou até mesmo snowboard e deu gosto de ver várias crianças em seus 6, 7, 8 anos de idade aprendendo a esquiar. Como não poderia deixar de ser e por conta da imensidão do lugar, existem restaurantes e cafés espalhados pelo cerro, para quem quiser apenas subir e não praticar nenhum esporte. Para quem pensa em fazer snowboard e tem medo, eu vou indico! O mais difícil é o começo, você entender que controla tudo com os pés e calcanhar, só isso MESMO! Se você estiver confiante e entender bem esse funcionamento, não tem muito perigo, acreditem! Esse é um passeio que pode durar um dia inteiro ou apenas um turno, depende do tempo de cada um.


Por natureza, eu gosto de conhecer o circuito não "batido"/ turístico que todo mundo faz, e foi assim que acabei chegando por terra, num vilarejo bastante aconchegante e interessante, chamado Villa La Angostura, que já fica em província, a de Neuquén. O interessante é que a idéia era encarar cerca de 4 (quatro) horas de estrada, até San Martin de Los Andes, sendo contemplado com a Ruta dos 7 Lagos, mas como o tempo era curto, não foi desta vez! O tempo de estrada de Bariloche para Villa La Angostura, é de aproximadamente 1 (uma) hora. Chegando lá, você encontra uma arquitetura mais simples, com várias casas de madeira e cafés bastante charmosos, apesar de simples.

Há uma outra forma bastante interessante de se chegar próximo ou no vilarejo de Villa La Angostura, que é de barco. Não sei se vocês me acompanharam nos vídeos que postei no meu canal do youtube, sobre Puerto Montt e Puerto Varas, mas são embarcações naquele estilo, que levam pelas águas do Lago Nahuel Huapi, parando em lugares como o famoso Bosque de Arrayanes e a Isla Victoria. Para quem não sabe, o bosque foi aonde Walt Disney se inspirou para fazer o cenário do personagem Bambi, enquanto que a Isla Victoria é praticamente na Villa La Angostura. No caminho, é possível alimentar aves que acompanham as embarcações e ter um contato melhor com a natureza. Este passeio é bastante indicado durante o verão, nos meses de Dezembro a Fevereiro.


Aliás, vou relatar outra curiosidade para vocês! Conversando com uma argentina no teleférico, ela disse que os argentinos preferem a cidade de Bariloche no verão, pois podem tomar banho nos Lagos Andinos, além de facilitar a prática de esportes como trilha, bike e wakeboard, por exemplo. E pensar que nós brasileiros vamos em busca da neve, hein? Confesso que fez sentido, quando lembrei que estive nos Lagos Andinos do lado chileno, durante o verão e realmente foi muito bom, apesar do calor. Sou suspeito, pois gosto muito de frio.

Por fim, há um jantar bastante romântico e a luz de velas, chamado Noche Nordica (http://nochenordica.com/). Ele começa com uma van que faz o translado do hotel até o refúgio que fica alguns quilômetros da cidade, além de luzes que iluminam toda a região. Ao chegar no local, há aulas de como guiar um quadriciclo/ jet ski da neve e que será guiado por cada um de nós. São cerca de 5km dentro de um  bosque nevado, dentro do Cerro Otto e é um passeio que tem duração de 3 a 4 horas. O que acho mais legal é a aventura de pilotar um veículo na neve, além do jantar que é de altíssima qualidade. Claro que algumas regras são respeitadas, como apenas maiores de 17 (dezessete) anos podem guiar o veículo na neve.

É isso pessoal! Espero que tenham gostado.

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Eu não iria falar de um lugar tão incrível, sem postar um vídeo no meu canal do youtube, nã o é pessoal? Aliás... você já se inscreveu lá? Ainda não? Vai lá, curte meu canal e se inscreve, que ainda virão muitas novidades e destinos novos para ajudar você na próxima viagem!

O vídeo especial de Bariloche é este aqui, basta clicar e assistir:


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